domingo, 27 de maio de 2012

O Desenvolvimento do Grafismo nas Crianças Pequenas


O Desenvolvimento do Grafismo Infantil

A criança desenvolve seu grafismo de modo peculiar, explorando o movimento, o suporte e diferentes materiais para imprimir suas marcas gráficas. Assim, o braço e a mão, o papel e a tinta, tornam-se "cúmplices" na estreita relação entre manipulação e criação. 
Turma EI-32: desenho de figuras humanas com giz branco no chão do solário da creche.


Os alunos da turma do Maternal II, EI-32, com crianças de 3 anos, desenham círculos que se transformam em figuras humanas. A proposta da professora era que desenhassem a pessoa que mais amam após trabalho com o livro "Advinha quanto eu te amo" Sam McBratney - Ed Martins Fontes



O DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO INFANTIL
Os estudos mostraram que embora haja particularidades, os desenhos e as pinturas infantis tendem a uma configuração básica, contendo semelhanças que independem do país ou do período histórico em que foram produzidos. No entanto, isso se processa de modo pessoal, pois sempre prevalece o caráter criativo de cada criança.
A criança começa a desenhar por volta de 2 anos de idade, inicialmente interessando-se mais pelo efeito que o material produz, do que pelo desenho que faz. Desenha com rapidez, não se importando com qual mão segura o lápis. Pode até desenhar com as duas mãos simultaneamente. Mesmo não tendo uma coordenação muscular segura, a criança risca em uma folha de papel geralmente linhas simples e curtas. Pouco tempo depois, já é capaz de fazer curvas fechadas, espirais e múltiplos círculos.
Por volta dos 3 anos, a criança possui controle muscular para desenhar com maior firmeza. Gosta de imitar a escrita e rabisca sobre inúmeras marcas repetitivas. Aos poucos descobre que é possível fazer relação do que desenha com o mundo exterior. Começa a dar nome ao que faz.
Dos rabiscos surge o círculo, que começa a aparecer com mais freqüência em seus desenhos. Inicialmente os círculos aparecem vazios. Mas logo a criança começa a preenchê-los com riscos, até cruzá-lo de diversas maneiras. Surgem, assim, os raios de sol.
Depois que a criança descobre o sol irradiante, parece descobrir uma fórmula para representar o rosto humano. Geralmente, ela desenha dois pequenos círculos representando os olhos, um ponto como se fosse o nariz e um risco horizontal como a boca. Os raios que formaram o sol irradiante vão sendo substituídos e, da parte superior do círculo, saem traços espirais, a fim de retratar os cabelos; na parte inferior, os riscos diminuem em quantidade, somente sendo colocados os correspondentes aos braços e às pernas.
Embora o processo de interpretação da figura humana tenha uma contínua mudança, isso acontece de modo lento e gradual, pois o tronco e demais detalhes vão sendo acrescentados aos poucos.
Somente por volta de 4 e 5 anos, passa a mostrar a figura humana de modo mais minucioso, com os dedos dos pés e das mãos, as orelhas e etc.

Rosana Lucia P.Vasconcelos
Diretora Pedagógica
Colégio Evangélico de Campo Grande
Texto baseado em SANS, P.T.C. A criança e o artista: fundamentos para o ensino de artes plásticas. São Paulo: Papirus Editora, 1995 - 2ª edição.


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